"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve... a vida é 'muito', para ser insignificante". Charles Chaplin.



terça-feira, 11 de abril de 2017

CNTE não aceita flexibilização na reforma da Previdência para professor

Na última quinta (6), Temer sinalizou recuo na PEC 287, com cinco alterações para tentar driblar rejeição de deputados à proposta. “Elas não resolvem”, diz presidente da entidade.
(Texto: Sarah Fernandes/RBA)

São Paulo – A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) defendeu ontem (10) que não irá aceitar a proposta do presidente Michel Temer de flexibilizar as mudanças no sistema previdenciário para professores e policiais, que no projeto original enviado à Câmara dos Deputados teriam o direito à aposentadoria espacial suprimido. Para a entidade, a mudança não resolve os problemas impostos pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, já que mantém prejuízos para a maior parte dos profissionais do país.
“Eles vão jogar, mas não vamos aceitar o jogo deles. Para nós, essa mudança não adianta nada. O que adianta é a rejeição integral de tudo o que Temer apresentou de maldades para a reforma da Previdência. Serão medidas que afetarão toda a população brasileira. Vamos lutar pelo conjunto”, diz o presidente da CNTE, Heleno Araújo.
Na última quinta-feira (6), Temer sinalizou recuo na proposta que tramita na Câmara, após o jornal O Estado de S.Paulo divulgar um levantamento que mostra a rejeição de 251 deputados ao projeto, oposição suficiente para barrar a mudança nas regras das aposentadorias. O presidente autorizou o relator, Arthur Maia (PPS-BA), a fazer modificações e acordos com bancadas federais.
Maia anunciou, no mesmo dia, que cinco pontos da proposta sofrerão alterações: a aposentadoria de trabalhadores rurais, os benefícios de prestação continuada (BPC), as pensões, a aposentadoria de professores e policiais e as regras de transição para o novo regime previdenciário. O parlamentar não informou, no entanto, quais mudanças serão feitas. Elas dependerão de negociações na Câmara, disse.
“Essa mudanças não resolvem a situação porque a reforma é cruel e ampla, e ataca várias frentes e vários tipos de benefícios, como para os trabalhadores rurais. Os funcionários administrativos da educação, por exemplo, não serão beneficiados”, critica Araújo.
Para se contrapor à reforma da Previdência, os professores organizaram um calendário de atividades com o objetivo de mobiliar a categoria para o dia nacional de paralisações contra o projeto, que ocorrerá no dia 28. Até lá, 50 sindicatos que seguem o calendário da CNTE organizarão protestos, debates e panfletagens em todos os estados.
Durante esta semana, os sindicatos organizam plenárias, atos públicos e atividades culturais representando a via crucis da educação, em alusão à Semana Santa. Entre os dias 17 e 25, os docentes irão realizar debates em seus locais de trabalho sobre direito à educação, financiamento da educação básica, reforma do ensino médio e mudanças na Previdência e na legislação trabalhista.
“Os professores irão mobilizar a comunidade escolar e entre os dias 26 e 27 vão realizar panfletagem de porta em porta nos bairros em que trabalham, esclarecendo sobre a reforma”, afirma Araújo.
Em São Paulo, professores decidiram aderir à greve geral, em assembleia.

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