"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve... a vida é 'muito', para ser insignificante". Charles Chaplin.



sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Regional do SINTE de Palmitos realiza festa inesquecível

Nesta sexta-feira 13, a Coordenação Regional do SINTE de Palmitos realizou Jantar Festivo, com a participação de muitos trabalhadores e trabalhadoras em educação, ativas/os e aposentadas/os, juntamente com familiares. A confraternização maravilhosa aconteceu no Restaurante Galpão, no município de São Carlos. A grande festa acabou tornando-se inesquecível, principalmente, pela diversão, boas risadas, reencontros e momentos de muita amizade e companheirismo.
Conforme a Coordenadora Regional, Miriam Zart Herbert, “o jantar simboliza a união e a participação da nossa categoria nas lutas do Sindicato. Comemoramos a resistência, pela garantia dos nossos direitos”.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

PISA e formação de professores: considerações da CNTE

Na última semana foram divulgados os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) e uma pesquisa sobre formação de professores no Brasil, coordenada por Ricardo Paes de Barros, economista-chefe do Instituto Ayrton Senna e professor do Insper, instituto que tem como sócio o cidadão mais rico do Brasil e um dos mais ricos do mundo, Paulo Jorge Lemann.
Sobre o PISA, que possui inúmeras contingências para arvorar-se como método científico capaz de mensurar a qualidade da educação ao redor do mundo – servindo mais como espécie de Olimpíadas onde disputam os pretensos melhores estudantes de cada país –, seu resultado parece manter coerência com o nível de investimento per capita das nações em educação básica.
Segundo a pesquisa Educacion at Glace de 2018, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, o Brasil está nas últimas colocações nos quesitos investimento por estudante e renda média do magistério de nível básico. Enquanto o investimento médio por estudante nos países da OCDE gira em torno de US$ 9.600, no Brasil é de US$ 3.860 (a mediana, porém, que detecta o investimento médio na maioria das redes de ensino é bem menor!). Já a média salarial do/a professor/a brasileiro/a no ano de 2018 foi de US$ 14.775 contra US$ 33.058 dos países da OCDE, US$ 60.507 da Alemanha e US$ 23.747 do Chile (novamente a mediana no Brasil tende a ser mais baixa nos 5.570
municípios. Na maioria dos países os sistemas de ensino são unitários).
Diante dessas constatações nos investimentos, como esperar um resultado mais satisfatório no PISA? Assim como nos Jogos Olímpicos, as medalhas são conquistadas pelos países que mais investem nas diferentes modalidades esportivas.
Para piorar a situação do Brasil no cenário do PISA, a pesquisa da OCDE/2018 manteve nossas escolas entre as que detêm salas de aula mais numerosas, com consequente perda de tempo dos/as professores/as para acalmar os estudantes. Nossos docentes estão entre os que possuem maior jornada semanal de interação com os estudantes, porém com menos produtividade em razão das condições de trabalho. Resumo: além dos baixos salários, os gestores públicos insistem em investir muito pouco em nossos estudantes, amontoando-os em salas superlotadas com professores estressados e desvalorizados. Como alcançar bons resultados desse jeito?
Registre-se, ainda, grave omissão nos dados avaliativos do PISA. Isso porque o Brasil é um dos poucos países onde o ensino regular é parcial. As nações com melhores resultados possuem sistemas escolares de tempo integral, com professores lotados em uma só escola. Que baita diferença!
Sobre a pesquisa do economista Ricardo Paes de Barros – muito provavelmente realizada sob encomenda do MEC, com quem o Insper mantém laços estreitos –, chegou-se à conclusão (sic) de que o Brasil precisa parar de investir na formação de professores. Estaríamos, segundo a investigação, à beira de um excesso de docentes.
A base comparativa utilizada nessa pesquisa foi o número de concluintes nos cursos de formação de professores (licenciaturas e pedagogia) e a taxa de natalidade, que está em queda no Brasil. Por óbvio, no resultado econométrico dessas duas variáveis sobressai o excesso de professores. Mas até onde isso reflete a realidade?
O Brasil possui 2.226.423 professores em atividade na educação básica, sendo que 77% dos docentes possuem formação em nível superior. Porém, a questão é que ainda temos 517.731 docentes sem licenciatura e outros milhares sem a formação correspondente na disciplina que leciona. Sendo que os déficits clássicos continuam concentrados nas áreas de exatas, biológicas, artes e línguas estrangeiras.
Para além desse déficit que corresponde às atuais matrículas, é notório que a pesquisa desconsiderou o dever do Estado em acabar com o analfabetismo de mais de 11 milhões de jovens e adultos e em aumentar a escolaridade dos quase 80 milhões que não concluíram a educação básica. Some-se, ainda, 65% das crianças de 0 a 3 anos de idade que não têm acesso à creche por falta de estabelecimentos e de professores, os 10% das crianças de 4 e 5 anos que não frequentam a pré-escola, os 2,5% que restam para universalizar o ensino fundamental e os 23% dos jovens de 15 a 17 anos que não estudam e nem trabalham.
Para tornar a referida pesquisa ainda mais séria e coerente com os compromissos do Estado brasileiro assumidos no Plano Nacional de Educação, é preciso considerar o incremento necessário de professores (atuais e futuros) nas escolas de tempo integral. Por certo, teríamos muito mais docentes a serem formados!
Mas as escolas não precisam apenas de professores. Lá também trabalham outros educadores, especialmente os funcionários da educação (técnicos administrativos) que somam cerca de 2,3 milhões de trabalhadores no país com demanda potencial de profissionalização na ordem de 1,7 milhão.
Não temos dúvida que a formação dos profissionais da educação é essencial para a melhoria da qualidade do ensino, e certamente esse é mais um quesito que dificulta o avanço no índice de desempenho do Brasil no PISA e em outros certames de avaliação em massa – com os quais não concordamos que sejam considerados referenciais para a qualidade da educação, por inúmeros motivos. Contudo, nesse caso específico, estamos remando contra a maré. Imagine a Simone Biles – maior ginasta da atualidade – sendo treinada pela técnica de natação dos EUA! Jamais seria recordista de medalhas Olímpicas!
Portanto, antes de sugerir o fechamento de cursos de formação de professores em nossas universidades – em mais um prenúncio de ataque do atual governo à educação básica e às universidades públicas –, melhor seria garantir a presença de professores com formação compatível para as respectivas áreas de formação em todas as escolas e salas de aula do país. Só assim começaremos a equiparar minimamente as condições de “competitividade” (palavra infeliz no contexto da formação escolar que se pretende cidadã e ao longo da vida) com as nações mais poderosas do mundo. Estamos longe desse feito no aspecto esportivo. Esperamos melhorar no quesito educacional.

Brasília, 10 de dezembro de 2019
Diretoria Executiva

domingo, 8 de dezembro de 2019

Era só um baile funk

Uma semana de indignação, medo, revolta, manifestações por justiça.

Por Elivane Secchi, Secretária de Políticas Sociais do SINTE/SC

Era só um baile funk. Era só um baile, onde jovens de uma comunidade foram para se divertir, para dançar, para namorar, para beber alguma coisa. Era só um baile funk, assim como nas nossas pequenas e humildes cidades do interior existem os bailes comunitários, onde os jovens dançam, se divertem, bebem sua cerveja, assumam sua namorada, seu namorado, e voltam para casa, no final da festa. Era só um baile funk, com um baile de CTG, onde as pessoas vão, para se divertirem com respeito.
Era só um baile funk. É outra cultura. É outra forma de pensar. É outra forma de ver o mundo. É outro jeito de dançar. Era só um baile funk, onde muitos jovens só queriam se divertir. Era só um baile funk, onde, com certeza, a grande maioria dos jovens é filha de trabalhadores e trabalhadoras, estudante da rede pública daquele local.
Diante da tragédia que aconteceu, domingo passado (01/12), em Paraisópolis (SP), eu fico me perguntando: Como será que nós, cidadãs e cidadãos interioranos, de pequenas cidades, nos nossos pequenos estados, com o nosso pequeno conhecimento, com a nossa pequenez, como é que a gente vê, ouve e lê esse tipo de notícia? Como soa para nós – para nossos ouvidos, nossas mentes – que muitos jovens estavam num baile funk, e a polícia chegou atirando? Talvez, alguns digam: “Na favela, são todos bandidos mesmo”. Talvez, outros pensem: “Pobres dos jovens, mas também eu não os conheço (como se eles não existissem pra mim)”.
Eu mesma soube da existência de Paraisópolis, a partir de uma novela chamada “Paraisópolis”. Até então, eu não sabia da existência desse local, com 100.000 habitantes (maior favela de São Paulo), bem maior que muitas cidades onde vivemos.
Eu fico me perguntando, também: Como a gente vê e como é que a gente sente o incêndio na Amazônia, a matança de índios? Como é que nós, que vivemos no interior de um Estado, no interior de um País, no interior do mundo, que somos criados, tendo em mente que somos descendentes europeus, e, portanto, apesar de trabalhadores, achamos que somos privilegiados. E somos privilegiados mesmo. Como é que nós entendemos essa matança de indígenas, a queimada da mata, pra nós, que vivemos da terra, que cultivamos a terra? “Mas a Amazônia é tão longe, e eu não conheço esses índios. Como é que eu sinto isso?”
Eu continuo pensando: Como é que nós, moradores do interior de um País, do interior de um Estado, entendemos a seca no nordeste? Aquelas pessoas e aqueles animais morrendo de sede, de desnutrição. Como isso impacta na nossa vida? O nordeste é tão longe. Será que isso, de fato, toca os nossos corações, ou é só mais uma notícia?
Eu quero fazer aqui esse pequeno exercício de pensar. Nós precisamos, antes de qualquer coisa, nos indignar com esses acontecimentos: com incêndio da mata, com a matança de índios, com a pobreza, a fome e a seca no sertão nordestino, com a matança de jovens em comunidades pobres e vulneráveis do Rio de Janeiro e São Paulo, que vivem e convivem com a criminalidade, com o descaso do Estado e com uma polícia que agora tem o aval para matar. Como é que tudo isso soa na nossa vida? Nós, cristãos, que vamos à igreja, que pedimos a benção de Deus, que rezamos pela paz mundial, que oramos pelos nossos irmãos e irmãs? O que mais nós fazemos, além de ouvir, desligar a televisão e a luz, ir para cama, e, talvez, lembrar de fazer uma prece para que Deus acolha essas almas? Qual é o nosso posicionamento real em relação a isso tudo? São favelas imensas. Milhares e milhares de pessoas que vivem ali. Famílias inteiras – pais, mães, filhas, filhos, crianças, idosos, jovens, adultos trabalhadores e trabalhadoras, pessoas que acordam, todos os dias, para irem ao trabalho, assim como nós fazemos, onde moramos.
Eu sinto que a nossa indignação é muito pequena, porque a gente acaba se envolvendo numa redoma, num mundo pequeno, num mundinho íntimo, e não somos capazes de compreender o sofrimento do ser humano, mundo afora. Não somos capazes de entender o que estão vivendo os chilenos, os venezuelanos, os bolivianos, os sírios, os brasileiros. Não somos capazes de sentir a dor de tantos e tantos seres humanos que só querem viver com dignidade, com direitos, com cidadania, que só querem ser livres para trabalhar, para estudar, para amar.
E eu continuo questionando: O que nós temos feito, para contribuir por um mundo melhor? Será que nós entendemos e contribuímos de fato, ou simplesmente criticamos e condenamos? Quantos de nós, ao ouvirmos a notícia do massacre no baile funk de Paraisópolis, pensamos: “No mínimo, são todos jovens drogados, a serviço do crime”, condenando todo mundo ao mesmo “balaio” (destino).
Eu fico perguntando, também: Quando uma mulher é assassinada, por seu marido, namorado, amante, ex, quantos de nós temos a ousadia de proferir tantas injúrias, como, por exemplo: “Ela deve ter feito alguma coisa, para merecer isso”. Da mesma forma quando uma mulher, menina, ou jovem, é estuprada, e nós ouvimos, da boca descarada de tantas outras mulheres: “Do jeito que se veste, estava pedindo para ser estuprada”.
Eu confesso que estou decepcionada com o ser humano, mas ainda tenho esperança. Se nós acreditamos, de fato, que somos capazes de amar como Jesus nos ensinou, não podemos simplesmente aceitar e concordar com esses massacres, com toda essa violência. Nós não podemos ser indiferentes a tantas injustiças causadas no nosso País, no planeta inteiro. Nós não podemos aceitar que governos, sem vontade política, recusem resolver e melhorar a condição de vida do seu povo. Matar os pobres não resolve problema algum, em qualquer país. Matar os pobres só traz mais desgraça e desigualdade.
Então, eu penso: Como será que nós recebemos essa enxurrada de notícias trágicas, diariamente? Como será que nós, no cantinho da nossa casa, assistimos esses massacres, pela televisão, ou computador? Qual o pensamento que nos chega, quando vemos esse tipo de notícia? Mais importante: Quantos de nós pensamos o que fazer para mudarmos essa realidade? De nada adianta gritarmos aos quatro ventos que somos cidadãos e cidadãs do bem. Nós precisamos assumir atitudes – não, de condenação dos nossos semelhantes. Nós temos, sim, de nos engajar nesta luta contra a desigualdade e a injustiça, porque somos todos trabalhadores e trabalhadoras, filhos e filhas desta terra, deste grande País. Muitas vezes, nesses últimos tempos, tentam nos fazer acreditar que o Brasil não nos pertence. Mas, sim, esse País nos pertence, é tão nosso, quanto de qualquer outro brasileiro, ou brasileira. É o chão onde nascemos, vivemos, concretizamos sonhos.
Deixo essa breve reflexão, para que tentemos nos colocar no lugar do outro, neste momento, na favela de Paraisópolis, dentro das casas daquelas famílias, que estiveram nos hospitais, no IML, recolhendo e enterrando o corpo de um filho, de uma filha, jovem, adolescente, que simplesmente foi massacrado pela polícia, com aval do governo.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Jantar Festivo da Regional do SINTE de Palmitos será na próxima sexta-feira 13

Confirmação de presença, até hoje (06/12)

Na próxima sexta-feira 13, na semana que vem, será realizado Jantar Festivo da Coordenação Regional do SINTE de Palmitos. Todos os trabalhadores e trabalhadoras em educação, ativas/os e aposentadas/os, estão convidadas/os a confraternizarem, no Restaurante Galpão, no município de São Carlos, a partir das 19h30. A confirmação de presença deve ser feita até hoje (06/12).
Filiados/as ao SINTE não pagam o jantar. Demais pagam R$ 30,00. Professores/as aposentados/as que não participaram do Encontro de Aposentados/as (29/10) não pagam, e os que participaram pagam R$ 30,00. Bebida será por adesão, e transporte por conta de cada participante.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Encontro da Rede de Mulheres Trabalhadoras em Educação: potência feminista para fortalecer todas as lutas

O Encontro da Rede de Mulheres, que contou com a participação da lideranças do SINTE/SC, encerrou, deixando como desafio a questão de como aumentar e facilitar o acesso de mais mulheres aos espaços de poder e nas posições de liderança e tomada de decisões nas organizações sindicais.
Ontem (03/12), o encontro da Rede de Mulheres Trabalhadoras em Educação da Internacional da Educação para América Latina (IEAL) seguiu a programação, com palestra da professora de Sociologia da rede estadual de Educação do Paraná, Eliana Santos. Ela exibiu vídeos de resistência das mulheres na América Latina, iniciando com “O olhar de cozer as nossas dores”. Eliana denunciou o desmonte das políticas para mulheres que foi levado a cabo ainda na gestão golpista de Temer, e valorizou a resistência das mulheres. “Governo destruidor de todas as ações implementadas nos governos populares. Ele extinguiu diversos ministérios, como exemplo: das Mulheres e Igualdade Racial, Casa da Mulher Brasileira, entre outros”, lembrou.
Para a socióloga, com a destruição das políticas públicas e com a retirada de direitos conquistados historicamente com muita luta, as campanhas de defesa foram para as ruas com a participação fundamental das mulheres. “Milhares delas foram às ruas. No Paraná, não foi diferente porque também tínhamos um governo privatista e retrógrado”, exemplificou.
Se reportando aos dias de hoje e sobre o atual governo, Eliana Santos reforçou o cenário desastroso, dizendo que com a extinção de vários ministérios, a realidade vivida é de um governo de retrocessos com fundamentalismo religioso, de militares e com práticas nazistas.
“A maioria dos ministérios é liderado por homens. Qual deles representa o Ministério da Mulher? Se a Ministra de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, hoje, assume uma posição submissa, de família tradicional abominando outros tipos de família. É um Ministério machista e fundamentalista. Assim como outros órgãos de um governo que volta ao período, onde não tínhamos nenhuma legislação”, explicou.

Pequenas revoluções
A professora socióloga Eliana Santos relatou algumas experiências vivenciadas no Paraná. “Estamos desenvolvendo aqui no Paraná o Clube de Leitura Feminista que esta no seu terceiro ano. Iniciamos o clube com a leitura do “100 anos da Revolução Russa”, sendo essa organizada por mulheres russas e a experiência foi ótima”. Eliana falou sobre algumas bibliografias reverenciando Paulo Freire.
Para Eliana, devem ser organizados grupos de empoderamento das mulheres, a exemplo do que já ocorre no Paraná. “As experiências dos grupos organizados nas escolas com pequenas reuniões-conversas nos locais de moradia ou de trabalho contribuem bastante para esse empoderamento mesmo em número pequeno. Quem sabe serão pequenas revoluções?”, questionou. Ela recomendou leituras como “A caça às bruxas e o Surgimento do Capitalismo”, que dialoga com as mulheres que foram fundamentais para a resistência. “Hoje, com a retirada de todos os nossos direitos, sendo o alvo as mulheres pobres e a juventude negra. Eles retrocedem”, desabafou e concluiu “temos um Estado machista e opressor, casos de feminicídio aumentando, mas resistiremos”.

Igualdade de gênero
A Coordenadora Regional da IEAL, Gabriela Sancho, apresentou painéis com dados do Comitê Consultivo sobre as implicações para a lei de Trabalho OCDE informados na 55ª reunião do Conselho Executivo, realizado nos dias 19 e 21 de novembro de 2019, que serão enviados aos Sindicatos e organizações.
Já a secretária geral da CTERA-Argentina e integrante do Comitê Executivo Mundial da Internacional da Educação (IE), Sonia Alesso, revelou que no último Congresso Mundial, a região do mundo que registrou uma participação muito pequena foi a América Latina. “Durante o Congresso foi realizado uma pesquisa geral das participações que podemos enviar a cada Sindicato. Neste documento foi analisada a participação de observadores e delegados. Na Internacional foi fomentada a preferência de participação de mulheres e jovens o que não foi apontado na pesquisa. No entanto, essa é uma tarefa que temos que discutir. Porém, também hoje uma boa notícia: a sede do encontro de 2023 será em Buenos Aires, Argentina”, revelou Alesso. Ela ressaltou que é necessário garantir ampla participação de mulheres.
“Precisamos ter uma grande delegação e, assim, superar a participação anterior. Temos que estar presente com 60% de mulheres delegadas e observadoras. Isso tem que tornar uma realidade”, frisou a secretária geral do CTERA. Em relação às resoluções, Sonia Alesso destacou que no tema democracia a América Latina teve uma participação boa, com resoluções importantes vinculadas ao tema de gênero, com um olhar muito atento à democracia. “O melhor dos últimos tempos. Também foram adotadas resoluções de solidariedade aos países que estão em luta”, revelou.
O Encontro da Rede de Mulheres encerrou, deixando como desafio a questão de como aumentar e facilitar o acesso de mais mulheres aos espaços de poder e nas posições de liderança e tomada de decisões nas organizações sindicais. O resultado do trabalho em grupo que se propôs a apontar sugestões de como chegar a esses resultados, será sistematizado e divulgado aos participantes em breve.

Compromisso
Em 14 de março de 2018, Marielle Franco, vereadora no Rio de Janeiro, defensora dos Direitos Humanos e das minorias, foi covardemente assassinada. Ela e seu motorista, Anderson Gomes foram executados e as investigações ainda não apontaram os mandantes do crime. Ao encerrar o Encontro, a secretária geral da CNTE e vice-presidenta da IEAL, Fátima Silva, entregou a cada participante uma placa em memória de Marielle, com o endereço do local em que ela foi assassinada. “O Brasil e o mundo merece saber quem mandou matar Marielle. Encerramos o encontro com o compromisso de seguir a luta de todas as mulheres defendendo uma sociedade mais justa e igualitária para todas e todos”, concluiu.

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

CUT e CNTE repudiam saída do Brasil do setor de educação do Mercosul

A Central Única dos Trabalhadores – CUT - e a Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação – CNTE - tomam conhecimento do anúncio realizado pelo Ministro Abraham Weintraub da saída do Brasil do setor de educação do MERCOSUL. O anúncio foi feito através de suas redes sociais e, ainda sem comunicação oficial ao bloco, disse que os acordos agora só se darão com os países de forma bilateral.
É estarrecedor como se dão as decisões políticas desse governo, tanto na forma como no conteúdo de suas definições. Ao anunciar essa grave decisão, rompendo com um histórico de participação brasileira em um espaço que, desde sua fundação em 1991, faz parte de uma política de Estado de integração regional, o ministro da Educação, na sua forma vulgar de tratar a política, insiste em apequená-la. O Twitter virou o diário oficial deste governo fanfarrão e palco da verborragia mais indigente que se tem notícia.
A motivação dada pelo ministro sobre essa repentina saída do Brasil do setor da educação do MERCOSUL, no momento em que o país ocupa a presidência rotativa do bloco, é de que os ministros da Argentina e do Uruguai não vieram à reunião, algo absolutamente normal diante do recente processo eleitoral de ambos os países. A oficialização do ato, inclusive, é posta em dúvida por especialistas em relações internacionais que dizem não ser possível a saída do país do Bloco apenas de uma de suas Câmaras Temáticas enquanto ainda se mantiver como membro pleno do MERCOSUL.
Os prejuízos com esse tipo de postura podem ser muitos e vão desde o reconhecimento de equivalência dos estudos no âmbito da educação básica dos estudantes que estão fora do país até o sistema de acreditação de cursos de graduação do MERCOSUL. Sem falar em todo arranjo de fomento e pagamento de bolsas a muitos estudantes. Mas o principal prejuízo talvez venha mesmo do ataque à promoção e consolidação de uma consciência política favorável à integração regional, processo que demorou anos a ocorrer nos países de Europa, por exemplo, quando da construção da União Europeia. Essa será a principal mácula desse desastroso processo que o pior ministro da educação de toda a história republicana brasileira está a nos impor.
A representação dos/as trabalhadores/as nesses espaços internacionais está consternada com a gana de destruição que o atual governo brasileiro impõe ao processo civilizatório. Urge barrar o desvario dos atuais governantes brasileiros que, para além da vergonha internacional que nos causam, trazem consequências sérias para o conjunto da sociedade. Repudiamos de forma veemente mais uma atrocidade desse governo que não prosperará em sua política de destruição!

Dezembro de 2019

Central Única dos Trabalhadores - CUT
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação - CNTE

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Lideranças do SINTE/SC participaram da Vigília do APP-Sindicato, no centro de Curitiba: Luz, Fé e Luta!

Durante o início da noite, a direção do APP-Sindicato reuniu servidores(as) da ativa e aposentados(as) da educação, na realização da Vigília para denunciar os ataques de Ratinho à previdência estadual. Na ocasião, representantes de religiões promoveram uma celebração ecumênica, em frente à Praça Tiradentes, no centro de Curitiba (PR). Lideranças do SINTE/SC, que participam de diversas atividades realizadas pela CNTE, na Capital paranaense, estiveram na Vigília, em apoio a trabalhadoras e trabalhadores da educação do Estado vizinho, que deflagraram greve, a partir desta segunda-feira (02/12).
Com a reforma da previdência do governo Ratinho, os(as) servidores(as) sofrerão uma perda salarial, já que na proposta consta um aumento da alíquota de 11% para 14%. A proposta de Ratinho também estabelece contribuição de 14% sobre valores de aposentadoria que forem maiores que dois salários mínimos nacional. Hoje a contribuição é de 11% sobre o que excede o teto do INSS.  Isso inclui os(as) já aposentados(as), que pagarão 14% sobre o que passar de dois salários mínimos.
Segundo a secretária de aposentados(as) do APP-Sindicato, Valci Matos, a proposta de Ratinho que aumentar a alíquota é uma maldade com os(as) servidores(as) aposentados(as), que vivem com este salário. “Os(as) aposentados(as) foram quem construíram a educação e esse Paraná, porquê através da educação que nós temos um Estado e um País tão rico. Porém, nos últimos tempos, nossos(as) políticos(as) não têm olhado para as pessoas. Começamos com 2015, com a batalha na Praça Nossa Senhora de Salete, onde muitos(as) de nós ficamos feridos. Muitos aposentados lá estavam defendendo a previdência e estão aqui, lutando novamente por ela”.
Ato Estadual
No dia 3, o funcionalismo da educação participará da mobilização estadual convocada pelo Fórum das Entidades Sindicais (FES). O ato tem início a partir das 8h30, com concentração na Praça do Homem e da Mulher Nu(a). Já às 16 horas, após a mobilização, a categoria se reúne em uma assembleia, em frente ao Palácio Iguaçu, para avaliar os próximos passos do Sindicato.
“Esse vai ser um dia muito importante na nossa luta. Nós precisamos dar uma resposta muito forte ao governador Ratinho e a todos que participam deste processo de ataque aos nossos direitos. Também faremos uma grande assembleia estadual da nossa categoria. Nós precisamos fazer a luta contra a aprovação dessa reforma da previdência, ainda mais grave do que a já feita em nível nacional e também nós precisamos trabalhar como será a distribuição de aulas e também debater sobre o fechamento do ensino médio noturno”, enfatiza professor Hermes Leão.

Organização e Luta: Reunida em Curitiba-PR CNTE realiza semana histórica de atividades

A Secretária de Políticas Sociais, Elivane Secchi, e a Secretária de Organização do SINTE/SC, Vera Lucia Freitas, participaram do Encontro do Coletivo de Mulheres. O Secretário de AEs, ATPs, Especialistas em Assuntos Educacionais, Consultores e Funcionários do SINTE/SC, Evandro Accadrolli, participou do Encontro do Departamento de Especialistas (DESPE). Também, representam o SINTE/SC, nas atividades da CNTE, em Curitiba, a Vice Coordenadora Estadual, Ilone Moriggi, a Secretária de Saúde dos Trabalhadores em Educação, Luzia Biancato Alberton, a Secretária de Assuntos Educacionais e Culturais, Cassia Regina da Costa, e a Secretária dos Aposentados e Assuntos Previdenciários, Marlusa Aparecida Kayser Karklis.
Essa semana representa um marco na história da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Desde abril de 2018, quando houve a prisão arbitrária do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a entidade deliberou por transferir todas as atividades programadas para Curitiba-PR, por tempo indeterminado, até que Lula fosse libertado. Mesmo enfrentando as dificuldades logísticas, a CNTE, apoiada pelos Sindicatos afiliados, manteve o compromisso e, durante os 580 dias do cárcere na capital paranaense, apoiou a resistência através de visitas regulares à Vigília Lula Livre.
Em 08 de novembro passado, Lula voltou à liberdade e agora a CNTE retorna a Curitiba com o propósito de reafirmar a defesa incondicional da educação pública e do estado democrático de direito. A programação de atividades iniciou-se neste domingo (01/12), com a reunião dos Coletivos, e continua a partir de hoje (02 e 03/12) com o Encontro da Rede de Mulheres da Internacional da Educação para América Latina (IEAL), Encontro do Movimento Pedagógico Latino-americano (03, 04 e 05/12) e 3ª Plenária Intercongressual da CNTE (06 e 07/12).
Ontem, o Coletivo de Assuntos Municipais, o Departamento de Especialistas (DESPE), o Coletivo de Mulheres e o Coletivo de Saúde dos/as Trabalhadores/as em Educação se reuniram para tratar de assuntos específicos de cada pasta. Na reunião do DESPE a condução dos trabalhos esteve a cargo do professor Mário Sérgio, Coordenador do Departamento na CNTE e contou com a participação da professora Aparecida Reis, pedagoga da Rede Estadual do Paraná e Secretária de Formação da CUT-PR, para debater a prática docente e a organização coletiva na escola, como atos de resistência. Foi um espaço para reflexão sobre a importância de articulação do trabalho educacional reforçando a função social do espaço escolar na disputa da narrativa.
 
 
Os Municipais iniciaram a reunião, com uma análise de conjuntura pelo professor Heleno Araújo, Presidente da CNTE, que apresentou dados estatísticos contrapondo a realidade social presente, com a que era vivida na época dos governos do campo popular democrático. Ele frisou a importância da unidade na luta pelo modelo de currículo educacional. “Devemos continuar firmes na resistência, fortalecendo as organizações sindicais e nossa atuação junto às bases e na organização dos espaços de trabalho”, desafiou Heleno. Também houve debate sobre o FUNDEB Permanente que, para Cleiton Gomes da Silva, Secretário de Assuntos Municipais da CNTE, é uma das principais bandeiras de luta da educação na atualidade.
 
 
No Dia Mundial de Luta contra a AIDS, o Coletivo de Saúde debateu a questão da saúde dos trabalhadores e trabalhadoras em Educação com recorte de raça e combate a LGBTQ+ fobia, assim como o adoecimento dos profissionais da educação no Brasil de maneira geral. A Secretária de Saúde dos/as Trabalhadores/as em Educação da CNTE, Francisca Seixas, facilitou o debate com os convidados Andrey Lemos, mestre em políticas públicas, tecnologista em gestão de políticas públicas no Ministério da Saúde e presidente da União Nacional LGBT e o médico perito do Ministério Público do Trabalho, Elver Moronte.
 
 
A organização das mulheres educadoras e a política de gênero são desafios que foram discutidos na reunião do Coletivo de Mulheres, coordenada pela Secretária de Relações de Gênero da CNTE, Berenice Jacinto. Deu-se ênfase no aviltamento das condições de trabalho e na retirada de conquistas dos trabalhadores, em particular das mulheres, que são as maiores vítimas da precarização do trabalho e dos retrocessos. As educadoras que participaram do encontro afirmaram a importância de fazer o debate da desigualdade e do debate será aprofundado hoje e amanhã (02 e 03/12), durante o Encontro da Rede de Mulheres.