"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve... a vida é 'muito', para ser insignificante". Charles Chaplin.



segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Primeira rodada de negociação do Piso Salarial Estadual termina sem contraposta

Empresários não apresentaram contraproposta para pauta de reivindicação do Piso Salarial Estadual de 2018 e uma nova rodada de negociação foi agendada para dia 19 de dezembro

(Texto: Pricila Baade/CUT-SC)

A primeira rodada de negociação do Piso Salarial Estadual 2018 acabou sem nenhuma contraproposta apresentada pelos empresários. Representantes das Centrais Sindicais e do DIEESE se reuniram na sede da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) na tarde desta segunda-feira (27) para debater a pauta de reivindicação apresentada no dia 6 de novembro, que toma como referência os valores do Piso Estadual que vigora atualmente no Paraná.
Durante a reunião, o técnico do Dieese subseção da Fecesc Maurício Mulinari  apresentou dados que comprovam que Santa Catarina tem diversos índices econômicos superiores ao estado vizinho e que a estrutura produtiva e econômica entre os dois é muito semelhante, o que justifica a proposta de igualar os pisos dos dois estados. Lá, os valores para 2017 nas quatro faixas salariais foram: 1ª faixa: R$ 1.223,20; 2ª faixa: R$ 1.269,40; 3ª faixa: R$ 1.315,60; 4ª faixa: R$ 1.414,60. Maurício também ressaltou sobre como a própria FIESC costuma divulgar e enfatizar a melhora nos índices de Santa Catarina em suas notícias “A visão institucional mostrada por vocês sobre nosso estado é muito mais otimista do que o discurso que vocês apresentam na hora do reajuste do piso”.
Apesar de não apresentarem uma contraproposta, o diretor jurídico da FIESC, Carlos Kurtz, já deixou claro que a negociação não vai ser fácil “Estamos vivendo em um cenário que exige muita cautela, com alguns sinais de melhora. Essa pauta de reivindicações apresentada é um pontapé inicial para as nossas negociações, mas ela está muito fora do patamar razoável do que nós estamos estudando propor”. A justificativa apresentada não convenceu a mesa de negociação, já que essa é a desculpa usada todos os anos pelos empresários para não valorizar o trabalhador. O economista do DIEESE, José Álvaro Cardoso, contrapôs argumentando que esse é o ano com as condições mais favoráveis para negociação desde 2014 “O PIB e a inflação, que são os principais índices que norteiam a proposta do piso, são os melhores que já tivemos em três anos”.
Os representantes da CUT-SC que integram a mesa de negociação do Piso Salarial Estadual reafirmaram o compromisso da CUT em defender esse importante instrumento de valorização do trabalhador “O Piso Salarial Estadual foi uma grande conquista da classe trabalhadora e não vamos aceitar o discurso dos empresários e as falácias para não darem um reajuste decente. A CUT reafirma seu compromisso de sempre estar junto na luta pela valorização do trabalhador ”. 
Uma nova rodada de negociação foi agendada para o dia 19 de dezembro, às 14 horas. O coordenador sindical do DIEESE, Ivo Castanheira, reafirmou que espera que as negociações sejam fechadas ainda este ano para que em janeiro de 2018 os pisos já estejam reajustados.
O Piso Salarial Estadual em Santa Catarina foi instituído no final de 2009 e entrou em vigor  em 2010. Desde 2011, são realizadas negociações no final de cada ano para estabelecer o  reajuste do ano seguinte, conforme prevê a Lei Complementar Nº 459 de 30.09.2009 no seu Art. 2º, Parágrafo único: “A atualização dos pisos salariais fixados nesta Lei Complementar será objeto de negociação entre as entidades sindicais dos trabalhadores e empregadores, com a participação do Governo do Estado de Santa Catarina”.

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