"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve... a vida é 'muito', para ser insignificante". Charles Chaplin.



terça-feira, 27 de junho de 2017

Comissões debatem com Deschamps alternativa para gestão de Cedups agrícolas

Eduardo Deschamps, secretário de Educação, em reunião conjunta das Comissão de Educação e de Agricultura

(Texto: Lisandrea Costa – Foto: Eduardo G. de Oliveira/Agência AL)

As comissões de Agricultura e Política Rural e de Educação, Cultura e Desporto realizaram reunião conjunta, nesta terça-feira (27), para tratar da situação dos Centros de Educação Profissional (Cedup). A falta de recursos e o modelo de gestão dos Cedups agrícolas foram os principais pontos debatidos na reunião, que contou com a participação do secretário de Estado da Educação, Eduardo Deschamps.
O deputado Altair Silva (PP), que juntamente com o deputado Valdir Cobalchini (PMDB) foi proponente da reunião, argumentou que é preciso construir uma política de educação específica para os colégios agrícolas de Santa Catarina, com a contratação de docentes para regime de 40 horas. “Há um rodízio muito grande de professores, isso dificulta a qualificação e a aprendizagem”, frisou. Ele também apontou a necessidade de uma gerência específica, com conhecimento da área agrícola, na Secretaria da Educação. O deputado também defendeu que haja uma parceira efetiva com a Secretaria de Agricultura para o fornecimento de insumos ao Cedup e lamentou que, muitas vezes, os colégios são mais defasados que as propriedades rurais.
Cobalchini complementou que a estrutura da Secretaria de Agricultura está distante de escolas que formam técnicos agrícolas. “Entendo que o governo deve aproximar as duas áreas.” Ele sugeriu que seja tratado como questão de Estado para que essas escolas tenham o devido tratamento, já que a pauta não tem avançado no governo.
Professor do Cedup Campo Erê e membro do Conselho Estadual das Escolas Agrícolas (Conea), Nelson Rintzel falou em nome dos cinco Cedups agrícolas existentes no estado e defendeu que essas unidades de ensino devem ser uma fonte irradiadora de tecnologias para o meio rural. Entre as demandas, Rintzel reforçou a necessidade de uma legislação que contemple os colégios agrícolas, além de uma fonte financiadora.  “Apesar de todas as dificuldades, ainda fazemos ensino de qualidade. E a sociedade reconhece a importância. Temos sido a escola que mais promove ascensão social. Um menino pobre do interior que não tem muita perspectiva sai do colégio agrícola com mercado de trabalho e sai como liderança”, relatou. Os Cedups agrícolas carecem de uma fonte mantenedora para financiar o internato e o refeitório e para viabilizar equipamentos e atualização tecnológica, conforme o professor. As unidades também esperam ser contempladas com vagas específicas em concurso público e um edital diferenciado para contratação de professores admitidos em caráter temporário (ACTs).
Em resposta às reivindicações, o secretário de Educação registrou seu interesse em atuar pelo resgate dos colégios agrícolas, que enfrentam muitas dificuldades desde 1990, quando foi extinta a Fundação Educacional de Santa Catarina (Fesc), antiga mantenedora dessas escolas. Deschamps justificou que, no âmbito da Secretaria da Educação, há carência de profissionais especializados na área agrícola para atuar na elaboração de uma política específica e argumentou que o problema dessas escolas é estrutural.  “Precisamos diferenciar os colégios agrícolas dos demais Cedups. Em Cedups urbanos não tem internato, enquanto no colégio agrícola tem que ter, por isso é preciso fazer a contratação diferenciada de professores.” Como soluções, ele disse que será apresentada uma proposta de legislação específica para tratar da gestão dos colégios agrícolas. E defendeu a necessidade de criação de uma fonte de financiamento para essas escolas, que não podem receber recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), por isso disputam recursos da chamada Fonte 100 (caixa do Tesouro).

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