"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve... a vida é 'muito', para ser insignificante". Charles Chaplin.



terça-feira, 25 de outubro de 2016

CNTE: Intimidação do MEC contra ocupações de escolas resgata práticas da ditadura

Não estivéssemos vivendo um golpe institucional no Brasil, o ofício da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação - SETEC/MEC, enviado dia 19 de outubro às direções dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFES), ordenando a identificação dos estudantes que promovem as ocupações nas instituições de ensino federais, seria certamente considerado um ato autoritário, extemporâneo e grotesco.
Porém, em tempos onde as manifestações pacíficas de grande interesse social são vistas como subversões contra a ordem autoritária de um governo ilegítimo, que tenta impor mudanças neoliberais e antidemocráticas no Estado e na Educação - contrariando não só o desejo das urnas, mas o método democrático de se discutir política educacional e bem-estar da sociedade, com claro objetivo de privilegiar rentistas e empresas multinacionais -, não é de se estranhar ações dessa magnitude, que passam “despercebidas” pela grande imprensa.
Aliás, as mais de 1000 escolas, IFES e universidades públicas ocupadas até o momento no país não são notícia na mídia oligopolizada, exatamente porque essas empresas privadas da (des)informação patrocinaram e fazem parte do golpe em curso no país. Contudo, correm o risco de serem desmoralizadas por um movimento que cresce a olho nu e que poderá desestabilizar o status quo golpista.
A postura do MEC em tentar identificar os estudantes que ocupam escolas, institutos e universidades com o apoio da maioria de seus pais, professores, funcionários e da sociedade em geral, se assemelha às práticas da ditadura civil-militar, e ninguém duvide que o passo seguinte do MEC será de repassar os nomes dos estudantes para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para que atue nos moldes dos órgãos de informação e repressão da ditadura.
Para mantermos nossa lembrança ativa e crítica, vale lembrar do Decreto-Lei 477, de 1969, ao qual repudiamos à época, tal como devemos fazer agora com o nefasto ofício da SETEC/MEC encaminhado aos IFES.

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