"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve... a vida é 'muito', para ser insignificante". Charles Chaplin.



quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

CNE aprofunda ataque ao ensino médio

Artigo: Professora Bebel - Presidenta da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo), Deputada Estadual eleita

O governo golpista de Michel Temer deu mais um passo no seu projeto de destruição do ensino médio no país, com a aprovação no Conselho Nacional de Educação (CNE), por 18 votos a favor e 2 abstenções, da Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio, concretização da reforma do ensino médio imposta por Medida Provisória em 2016. Na semana passada, o CNE já havia aprovado novas Diretrizes Nacionais Curriculares para o Ensino Médio, permitindo até 20% das aulas da parte diversificada por educação a distância no ensino médio regular diurno, podendo chegar a 30% no noturno. Na educação de jovens e adultos, esse percentual chega a absurdos 80% do currículo!
Agora, aprovadas as diversas medidas propostas pelo governo golpista, deixam se ser obrigatórias as disciplinas artes, educação física, filosofia e sociologia. Na realidade, ficam como obrigatórias nos 3 anos do ensino médio apenas português e matemática.
Sabemos que o ensino médio brasileiro necessita de mudanças, para que nele os jovens pudessem encontrar uma identidade que lhes possibilitasse a continuidade dos estudos, a vida profissional e o exercício consciente da cidadania. Porém, com essas medidas o ensino médio torna-se ainda pior.
Agora teremos um currículo rebaixado, uso inadequado do ensino a distância, exclusão de disciplinas fundamentais, construção de "áreas de conhecimento" com diluição de disciplinas e não com verdadeira interação entre elas, criação da contratação de professores por "notório saber" no ensino profissional (ou seja, qualquer profissional, sem licenciatura ou formação para o magistério poderá ser contratado).
Haverá, também, o reforço da terminalidade dos estudos no ensino médio, quando deveria ser uma etapa com alta qualidade, para que o jovem, depois, pudesse almejar o ensino superior ou um formação profissional e tecnológica específica na área escolhida, colaborando para que o Brasil possa superar seu déficit histórico em ciência e tecnologia.
A educação a distância, da forma como está posta, é mais uma porta de entrada de empresas privadas no ensino médio público. Ao lado da precarização do ensino, a ameaça de desemprego entre os professores é real. Além disso, uma série de atividades sem finalidade pedagógica definida poderão eventualmente ser computadas como educação a distância, pois as resoluções do CNE dão margem a isso.
O que a reforma do ensino médio e as medidas que a acompanharam estão produzindo é uma dicotomia ainda maior: uma escola boa para os ricos e uma escola ruim para os pobres, filhos e filhas da classe trabalhadora.

Nossa luta se ampliará!
Não à privatização do ensino médio.
Nenhuma disciplina a menos.
Pela qualidade de ensino.
Regulamentação da educação a distância, para que não seja entregue ás empresas privadas.
Por um ensino médio que atenda aos interesses das filhas e dos filhos da classe trabalhadora.

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