"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve... a vida é 'muito', para ser insignificante". Charles Chaplin.



segunda-feira, 12 de novembro de 2018

CNTE: "Novas diretrizes do ensino à distância são uma aberração"

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, classificou como uma "aberração" a decisão do Conselho Nacional de Educação (CNE), de liberar, para ensino à distância, 20% da carga horária do Ensino Médio diurno, até 30% do noturno e 80% do EJA (Educação de Jovens e Adultos). A proposta também é defendida pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que, segundo a Central Única dos Trabalhadores, "quer ensino sem escola, sem professor e sem merenda”. "Essa decisão é uma aberração que afetará a formação cidadã dos nossos estudantes", disse Araújo. “Vamos estudar a possibilidade de barrar esta aberração na Justiça", afirmou Heleno.
O coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, diz que não existe justificativa para a educação a distância no Ensino Médio a não ser o interesse do empresariado do setor. "A EaD não cabe na educação básica, etapa em que a relação entre professor e aluno e entre os próprios alunos é fundamental para se dar a aprendizagem. Aliás, as salas de aula são comunidades de aprendizagem e isso, esse espaço, não pode se perder para todas as disciplinas, porque não é possível ordenar sobre qual é mais ou menos importante".
Segundo ele, essa brecha aberta pelo CNE vai radicalizar algo que já acontece no Brasil. "A Constituição Federal, no artigo 206, coloca como princípio a igualdade de condições para todos de acesso e permanência na escola. Com a EaD, a desigualdade que já existe no Brasil e é gravíssima, vai aumentar ainda mais, porque os alunos das classes mais favorecidas e moradores das cidades mais estruturadas, dos grandes centros, das capitais, vão ter uma educação presencial com melhor qualidade e para as regiões remotas, EaD. Isso significa que a gente vai aprofundar desigualdade no acesso à educação. É isso, aliás, que defende o governo Michel Temer, que abre caminho para essa vitória absurda da ultradireita representada por Jair Bolsonaro", concluiu.

*Com informações da CUT

(Portal Brasil 247, 11/11/2018)

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