"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve... a vida é 'muito', para ser insignificante". Charles Chaplin.



quinta-feira, 8 de março de 2018

Mulheres: ocupação dos espaços de poder e empoderamento

Artigo da Presidenta da CUT-SC e da Secretária da Mulher Trabalhadora reflete sobre a ocupação das mulheres nos espaços de poder, principalmente na política.

(Artigo: Anna Julia Rodrigues, Presidenta da CUT-SC, e Sueli Adriano, Secretária da Mulher Trabalhadora)

8 de março é marcado em todo o mundo pelo Dia Internacional da Mulher, um dia para lembrar a luta e resistência das mulheres por direitos e para marcar as conquistas que já tivemos até aqui. Nós, mulheres, lutamos há séculos pela igualdade de gênero, pelo fim do machismo e das violências e para conquistarmos nosso espaço. Nunca foi fácil. Muitas morreram reivindicando mais direitos, mas a nossa luta nunca foi em vão.
Em muitos países conquistamos uma legislação que garante a participação das mulheres como candidatas no processo eleitoral. No entanto, ainda falta muito para as mulheres ocuparem, de fato, esse espaço de poder. Se do total dos candidatos na eleição 30% são mulheres, porque temos apenas 10% na Câmara de Deputados e somente 7,5% na Assembleia Legislativa de SC?
Além de vivermos em uma sociedade que não reconhece as mulheres como protagonistas nos cargos de poder, as próprias mulheres são educadas para obedecerem e não liderarem. Enquanto os homens foram incentivados a sonharem com cargos de chefia, as mulheres foram ensinadas a serem boas mães e donas do lar. Por isso, mesmo quando uma mulher alcança um cargo de liderança ela precisa diariamente se reafirmar e provar o quanto é capaz de estar naquela função, sem cometer erros. Mesmo que ela esteja em um cargo de maior responsabilidade, precisará estar empoderada o suficiente para lidar com o machismo, o preconceito e o desrespeito todos os dias.
Este é um ano de eleições, momento importante para colocarmos mulheres na disputa de cargos políticos, não apenas para cumprir a cota mínima de candidatas mulheres do partido, mas para, efetivamente, serem eleitas e se tornarem líderes na luta pelo direito das mulheres. Somente com mais mulheres no poder é que vamos conseguir acabar com a desigualdade de gênero e implementar políticas públicas que deem os direitos e o espaço que as mulheres merecem.
Além de lutarmos por mais conquistas, também temos que defender os direitos que já são nossos e que estão ameaçados por medidas do governo golpista. Um grande exemplo é a Reforma da Previdência, que prejudica principalmente nós, mulheres, que já sofremos com piores salários, as piores condições de trabalho e com a responsabilidade dos afazeres domésticos e de cuidar dos filhos. Se essa reforma for aprovada teremos que trabalhar, no mínimo, até os 62 anos de idade e termos 40 anos de contribuição para conseguirmos nossa aposentadoria.
Precisamos lutar também pela revogação da Reforma Trabalhista, que precariza as condições de trabalho e permite a terceirização e o trabalho intermitente. Nós teremos que trabalhar mais horas, recebendo menos. A reforma é tão prejudicial às mulheres que prevê a possibilidade de grávidas trabalharem em condições insalubres. Não podemos deixar que nossos direitos, conquistados após tanta luta, sejam retirados por um governo ilegítimo e machista.
É hora de nos organizamos para lutarmos em todos os espaços de poder em defesa das mulheres, da democracia e contra o Estado de exceção. Juntas, somos mais fortes!

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