"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve... a vida é 'muito', para ser insignificante". Charles Chaplin.



quarta-feira, 7 de março de 2018

Audiência debate pacto estadual pela aplicação da Lei Maria da Penha

(Texto: Lisandrea Costa – Foto: Eduardo G. de Oliveira/Agência AL)

Por solicitação da Bancada Feminina e do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), a Comissão de Direitos Humanos promoveu, na manhã desta quarta-feira (7), audiência pública sobre a implementação do pacto estadual Maria da Penha. A audiência integrou a programação do seminário “Pelo fim da violência contra a mulher”, que ocorre no Auditório Antonieta de Barros da Assembleia Legislativa durante todo o dia. O evento marca a passagem do 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e dá voz aos movimentos que lutam por igualdade de gênero e pelo fim da violência doméstica.
A audiência pública teve como principal encaminhamento a assinatura do pacto estadual pelas diversas instituições responsáveis pela implementação da Lei Maria da Penha. A coordenadora da Bancada Feminina, deputada Luciane Carminatti (PT), destacou que o Estado assinou o pacto nacional Maria da Penha em 2009. No entanto, ele não tem sido efetivado. “Queremos firmar um compromisso com as instituições responsáveis pela execução do pacto, seja o Ministério Público, a Defensoria Pública, o Tribunal de Justiça e, especialmente, o Poder Executivo Estadual. É uma cobrança tanto das mulheres da Assembleia Legislativa, das três deputadas, como também do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres (Cedim)”, frisou.
Na opinião do deputado Fernando Coruja (MDB), presidente da Comissão de Direitos Humanos, a Lei Maria da Penha é um instrumento contemporâneo e atual, mas a lei por si só não muda a realidade. “Primeiro é preciso mudar a cultura. A finalidade da audiência é avançar para conseguirmos melhorar esses tristes números brasileiros”, disse. De acordo com as estatísticas apresentadas no evento, 13 mulheres são assassinadas por dia no Brasil. Em Santa Catarina, houve 110 homicídios de mulheres em 2017. No período, foram registrados 2,9 mil estupros no estado.
A implementação correta da Lei Maria da Penha no estado é a principal reivindicação do Cedim, já que a lei descreve as atribuições de cada organismo estadual que integra a rede de enfrentamento à violência contra as mulheres. “O que a gente pretende é pactuar o Estado, e que isso não seja um projeto de governo, porque governos entram e saem. Queremos um compromisso do Estado de Santa Catarina no enfrentamento à violência contra as mulheres, porque existe uma política nacional”, cobrou a presidente do conselho, Sheila Sabag.

Números
Entre os 110 homicídios de mulheres ocorridos no ano passado, 48 foram feminicídios (crimes de gênero) que resultaram de violência doméstica, conforme a presidente do Cedim. No mesmo período, foram registradas 21 mil lesões corporais, das quais 13 mil resultantes de violência doméstica, e 2,9 mil estupros consumados, sendo 650 por violência doméstica. No assassinato de mulheres, a principal arma utilizada é a faca. “Isso mostra que nem todo lar é um doce lar. Muitas mulheres vivem em situação de violência extrema. Se a gente não fizer uma aplicação correta da Lei Maria da Penha, não vamos conseguir reduzir esses números”, disse Sheila.

Seminário
O seminário vai continuar no período da tarde com o relato de 14 experiências positivas implantadas em Santa Catarina. “No ano passado, percorremos o estado inteiro realizando seminários de enfrentamento à violência doméstica. Nesses eventos pudemos constatar que, apesar de uma realidade muito difícil, tem muita gente fazendo coisas boas, positivas, que devem ser conhecidas do restante do estado”, explicou Luciane Carminatti.

Parlamentares homenageiam as mulheres pela passagem do seu Dia

(Texto: Vítor Santos/Agência AL)

Vários parlamentares ocuparam a tribuna para homenagear as mulheres pela passagem do seu dia, 8 de março, durante a sessão desta quarta-feira (7) da Assembleia Legislativa.
“São muitas conquistas para celebrar, mas enormes desafios para superar, como a cultura perversa do machismo que assombra a vida de muitas mulheres”, discursou Dirceu Dresch, acrescentando que foram elas que mais perderam emprego, “principalmente as mulheres negras”.
“O Brasil tem um dos maiores índices de violência e Santa Catarina ocupou o quarto lugar no feminicídio em 2017, precisamos buscar instrumentos para corrigir as distorções e valorizar as mulheres”, afirmou Cesar Valduga (PCdoB), informando em seguida que protocolou 17 projetos de leis sobre o assunto.
Rodrigo Minotto (PDT) também parabenizou as mulheres, mas, ao contrário de Dresch, garantiu que elas sofreram menos com o desemprego. “Temos a comemorar o quê? A crescente conscientização sobre gênero, que está mudando paradigmas e ajudando a traçar políticas públicas”, argumentou Minotto, ponderando logo após que, segundo dados do Caged, “o desemprego afetou menos as mulheres”.
Neodi Saretta (PT) defendeu “avanços no tratamento igualitário” e Jean Kuhlmann (PSD) observou que o dia da mulher “com certeza não é só amanhã, mas todos os dias”.
Já Kennedy Nunes (PSD) informou que protocolou projeto de lei proibindo a contratação pelo serviço público de homem que foi condenado pela lei Maria da Penha.

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