"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve... a vida é 'muito', para ser insignificante". Charles Chaplin.



terça-feira, 30 de outubro de 2018

SINTESC: Entidades dos trabalhadores em educação denunciam ao Ministério Público perseguição de candidata eleita

Entidades que representam os trabalhadores da educação protocolaram hoje uma importante denúncia no Ministério Público contra a candidata eleita Ana Caroline Campagnolo, que vem destilando ódio contra docentes de nosso Estado e incitando perseguições à liberdade de cátedra. Baseada nas táticas do já conhecido Escola Sem Partido, a candidata tenta intimidar os trabalhadores da educação acusando-os de "manipulação" e "doutrinação", enquanto incita os estudantes a gravarem as aulas – o que é proibido em nosso Estado.
A OAB-SC e o Ministério Público Federal já se pronunciaram contra a postagem da deputada eleita. A Secretaria de Educação de Santa Catarina também ressaltou que as filmagens são proibidas, destacando que a Constituição Federal "assegura a liberdade de ensino e aprendizagem".
Assinaram a representação contra a deputada:
CUT-SC - Central Única dos Trabalhadores Santa Catarina
SINTE-SC - Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina
Federação dos Trabalhadores Municipais de Santa Catarina (FETRAM-SC)
SINTRASEM - Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis
SINTRAM-SJ - Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de São José
SITRAMPA - Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Palhoça
SINPROESC - Sindicato dos Professores no Estado de Santa Catarina
SINTRAFESC - Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público de SC
SINASEFE - Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação
SINPSISC - Sindicato dos Psicólogos de SC
ANDES - Sindicato Nacional do Docentes de Instituições de Ensino Superior
SINTRAMUBI - Sindicato dos Trabalhadores da Prefeitura Municipal de Biguaçu

Denúncia
As entidades representativas dos trabalhadores em educação de Santa Catarina das redes estadual, municipal e federal se unificaram e protocolaram, na tarde desta segunda-feira (29), denúncia no Ministério Público Estadual dirigido ao promotor de Justiça Davi do Espírito Santo, da 25ª Promotoria de Justiça da Capital, para que a candidata eleita Ana Caroline Campagnolo (PSL) seja investigada pela publicação feita em suas redes sociais orientando estudantes a filmar os professores em sala de aula para denunciá-los por uma suposta "doutrinação".
O documento protocolado, assinado por 14 entidades, pede a investigação da ação da candidata eleita, além da garantia da liberdade de expressão dos professores em sala de aula, assegurados pela Constituição Federal e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, e do cumprimento da lei que proíbe o uso de celulares nas unidades escolares. Uma audiência foi marcada para o fim da tarde desta segunda-feira com o promotor de Justiça Davi do Espírito Santo, da 25ª Promotoria de Justiça da Capital para debater o assunto.
Para o coordenador estadual do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina, Aldoir José Kraemer, a unidade e resistência das entidades neste momento é muito importante para garantir os direitos e a liberdade dos trabalhadores e trabalhadoras “Não podemos aceitar que o autoritarismo tire a liberdade de cátedra dos professores, garantidos constitucionalmente. Nós estaremos unidos para lutar em defesa da educação democrática, plural, laica e de qualidade. Esperamos que o Ministério Público investigue o que aconteceu e tome as medidas necessárias”.
O Ministério Público Estadual e também o Federal já abriram investigação contra o caso que, de acordo com seus pareceres, violam os direitos dos estudantes a educação e a Constituição Federal, que garante a liberdade de cátedra dos professores, bem como, o pluralismo de ideias. O MPF recomendou ainda que Universidades e Gerências de Educação não aceitem a intimidação e tratou o caso como assédio moral contra os professores.
A Secretaria de Estado de Educação também já se manifestou defendendo o cumprimento da Constituição Federal e da Lei de Diretrizes e Bases que asseguram a liberdade de ensino e aprendizagem. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SC) também emitiu uma nota reiterando a necessidade do respeito às leis vigentes, entre elas a que proíbe o uso de aparelhos celulares em sala de aula no estado.
A mensagem foi publicada pela candidata eleita do PSL no domingo (28), logo após a divulgação dos resultados do segundo turno das eleições 2018, disponibilizando um número de telefone para alunos enviarem vídeos de professores em sala de aula que estejam fazendo "manifestações político-partidárias ou ideológicas". O histórico de Ana Caroline Campagnolo, defensora da “Escola sem Partido”, é repleto de perseguições ao magistério. É autora de declarações polêmicas, como a de que o problema da educação é que “os professores só pensam em dinheiro e seu salário". Em sua página nas redes sociais, trata os professores como inimigos que precisam ser "desmascarados".

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