"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve... a vida é 'muito', para ser insignificante". Charles Chaplin.



sexta-feira, 15 de março de 2019

CNTE: Dia 22 de março barraremos o ataque do governo Bolsonaro aos nossos direitos

O mês de março desse ano está sendo particularmente difícil para o novo governo brasileiro. Em um ano em que o carnaval explicitou como nunca o sentimento generalizado de rejeição da população brasileira aos ataques sem precedentes aos nossos direitos, não tem propaganda de governo que dê conta de reverter a baixíssima e cada vez mais decrescente popularidade do presidente e de sua atrapalhada equipe. Antes de completar 90 dias de gestão, esse governo já dá mostras de sobra de sua incompetência de gestão, corrupção, subserviência aos interesses estrangeiros e ataque aos direitos sociais.
Nesse mês em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher (08/03), marcado por manifestações massivas em muitas cidades brasileiras, fomos surpreendidos pela divulgação dos responsáveis pelo assassinato de Marielle Franco, justamente quando se completava 1 ano de seu brutal assassinato, no último dia 14. As milícias cariocas, mais do que nunca se sentido representadas pelos novos ocupantes do Palácio do Planalto, em decorrência de sua histórica vinculação com esses grupos, foram as que dispararam o gatilho do crime. O Brasil inteiro hoje cobra, então, a apuração que revele os mandantes desse brutal assassinato, apesar de cada vez mais ficar explícito quem estes possam ser. O mais curioso, agora, é entender qual foi a conveniência da revelação dos seus assassinos, justo agora, às vésperas de se completar 1 ano de investigações marcadas por tentativas de escamotear os responsáveis. Vários indícios apontavam que já se sabia dos nomes desses mandantes desde antes das eleições de 2018 e que não foram revelados para não atrapalhar o plano de eleger Bolsonaro. Se antes o mote era quem matou Marielle, agora todos se perguntam que cortina de fumaça é essa que decidiu por divulgar o nome dos dois assassinos de Marielle, mas não dos mandantes.
Nesse mês de março também comemoramos, no dia 21, o Dia Internacional contra a Discriminação Racial, nesse país tão negro e tão desigual. Não aprendemos nos nossos livros de História, mas esse país produziu a maior liderança antiescravagista das América, que foi Zumbi dos Palmares. Justo por causa dessa tão pouca reverência pública no país que temos, atualmente, convivido com um verdadeiro extermínio da juventude negra e periférica em todas as grandes cidades brasileiras.
O mês de março também marcará, assim esperamos, o revés definitivo do intento desse governo em tentar acabar com nossa previdência pública. A proposta de Reforma da Previdência de Bolsonaro tem como objetivo central repassar essa importante política social para as mãos dos bancos, estrangulando o sistema público de proteção social e fomentado a política de capitalização individual da previdência complementar. Isso termina por excluir milhões de trabalhadoras e trabalhadores da política pública de proteção social e do direito à aposentadoria. E esse ataque atinge em cheio as mulheres e nossa categoria do magistério. Por isso que a orientação das centrais sindicais, em especial a CUT, a qual somos filiados, é a de fazer desse dia um Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, intensificando nossa campanha de comunicação junto a sociedade e nossas categorias.
É nossa tarefa, enquanto movimento sindical, mostrar aos trabalhadores e trabalhadoras da educação de que essa reforma se presta somente a restringir o acesso a aposentadoria e reduzir o valor do benefício a que temos direito. Esse dia 22 de março servirá para que possamos esclarecer a população, em especial os/as profissionais da educação pública, do ataque que essa proposta representa. Temos muito conteúdo produzido nas redes sobre essa proposta de reforma. É fundamental que nossas entidades encampem esse debate junto a categoria nos Estados, divulgando o material produzido na internet e nas redes sociais dos sindicatos. Nosso papel agora, mais do que nunca, é dialogar com a população e pressionar os/as parlamentares nos Estados. A mobilização do dia 22 de março, junto com todos esses movimentos que esse mês nos inspira desde o carnaval, marcará a derrota desse atentado contra nossos direitos. O caldo forjado a partir daí fomentará com mais força a construção da greve.

Nenhum comentário:

Postar um comentário