"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Pois o triunfo pertence a quem se atreve... a vida é 'muito', para ser insignificante". Charles Chaplin.



segunda-feira, 16 de março de 2020

SINTE-SC: Governo Moisés coloca vidas de estudantes, professores e funcionários de escolas em risco

Por Elivane Secchi, Secretária de Políticas Sociais do SINTE/SC

Enquanto a comunidade científica mundial tenta conter a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o governo Moisés ignora os riscos de contaminação, e coloca em risco vidas de estudantes, professores e funcionários de escolas da rede pública estadual. Na rede pública estadual de Santa Catarina, são 538 mil alunos, em 1.071 unidades escolares.
Conforme o site oficial do governo do Estado -https://www.sc.gov.br/noticias/temas/saude/santa-catarina-registra-dois-novos-casos-de-coronavirus-e-divulga-plano-de-contingencia-para-enfrentar-a-doenca -, sábado passado (14/03), o governador Carlos Moisés lançou “um plano de ações para conter o avanço do COVID-19 no Estado”. A Assessoria de Comunicação do governo estadual informa ainda: “Em reunião com todos os secretários do Estado, o governo fez uma série de definições, entre elas estabeleceu o cancelamento de todos os eventos públicos do Executivo Estadual e suspensão da participação do poder público Executivo Estadual em viagens interestaduais e internacionais”. Em coletiva à imprensa, hoje (16/03) pela manhã, o secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino, confirmou que “o Estado segue com seis casos confirmados da doença Covid-19: dois em Florianópolis, dois em Rancho Queimado, um em Joinville e um em Braço do Norte”. Em todo o mundo (144 países), são 153,5 mil casos de covid-19, sendo 81 mil na China e 5.735 na Itália. O Brasil tem 200 contaminações confirmadas.
Ao contrário do governo Moisés, toda a comunidade escolar catarinense sabe que o ambiente escolar não só representa, de maneira empírica, os reflexos da sociedade contemporânea. Cada unidade escolar é foco, sim, de disseminação de doenças e contágio. É sobre isso que tratam todos os alertas preventivos, no mundo inteiro.
O descaso do governo Moisés torna-se explícito, nas “Ações estabelecidas pelo governo do Estado”, quando refere-se à educação: “As aulas estão mantidas no momento e autorização para que diretores das escolas adquiram através do cartão Cpesc álcool gel para disponibilização das salas de aula”. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), até sexta-feira (13/03), pelo menos 39 países haviam suspendido as aulas nacionalmente, afetando mais de 420 milhões de estudantes. Em 22 países, entre os quais o Brasil, as aulas foram suspensas em algumas partes do território.
No Rio Grande do Sul, após pressão do CPERS e da comunidade escolar, pela suspensão imediata das aulas, o governador acaba de anunciar, em coletiva, a adoção da medida na rede estadual a partir de quinta-feira (19/03). O período inicial é de duas semanas e pode mudar, dependendo da evolução dos casos. Segundo o governo, os alunos(as) receberão atividades para fazer em casa.
No Paraná, a Direção Estadual da APP-Sindicato fez contato com o Secretário da Educação, Renato Feder, solicitando imediata suspensão do calendário escolar. Tal medida prende-se ao fato da constatação da importância das medidas preventivas para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus. Especialistas em saúde pública apontam que a melhor alternativa é evitar a aglomeração de pessoas, antes da disseminação massiva das contaminações.
Na região sul, só mesmo o governo Moisés ignora o risco de contaminação, desrespeitando, mais uma vez, a educação pública e toda a comunidade escolar. Sr. governador, anunciar distribuição de álcool gel nas escolas, como “contenção de danos”, é desconsiderar vidas e a saúde da população catarinense!
A Executiva Estadual e todas as Coordenações Regionais do SINTE/SC estão seriamente preocupadas com o avanço da pandemia de coronavírus. Ao contrário do sr. governador, o SINTE/SC, por considerar somente o uso do álcool gel, prevenção básica pessoal, decidiu suspender a realização da Assembleia Estadual, que aconteceria na próxima quarta-feira (18/03), em Florianópolis. A saúde dos trabalhadores e trabalhadoras em educação garante a continuidade da luta!
Alguém do magistério, que não precise marcar audiência, por favor, explique ao governador Moisés: Etimologicamente, a palavra PREVENIR vem do Latim PRAEVENIRE, “Medida tomada por antecipação, a fim de evitar um mal; perceber previamente”, literalmente, “chegar antes”, de PRAE, “antes”, mais VENIRE, “vir”. E mais: A cena que se vê, diariamente, pelos corredores e salas de aulas das escolas, chama-se “aglomeração de pessoas”, termo usado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), quando trata do que é preciso evitar. Descaso nunca foi sinônimo de prevenção!
SINTE oficializa ao governo, exigência da suspensão das aulas da rede pública estadual:

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